quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Mulher morre ao ser atingida pelo caixão do marido em Tapes (RS)

10/11/2008 - 17h33

TAI NALON
Colaboração para a Folha Online

Uma mulher morreu na madrugada desta segunda-feira (10) ao ser atingida pelo caixão de seu marido, na rodovia RS-717, no município gaúcho de Tapes, ao sul de Porto Alegre.

Marciana da Silva Barcelos, 67, estava dentro da caminhonete Hilux da Funerária Camparra, que transportava o corpo de Tapes para Arroio dos Ratos (62 km a oeste da capital).

O acidente ocorreu por volta de 1h30 em um trecho de estrada de terra. Segundo informações do Comando Rodoviário da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, um Alfa Romeo bateu na traseira do carro funerário, projetando o caixão para frente. O
Comando Rodoviário informou que Barcelos estava no banco do passageiro e foi atingida pelo caixão. Ela morreu na hora.

O dono na funerária, Marcio Camparra, filho do motorista que guiava a caminhonete, disse àFolha Online que Barcelos estava sentada na parte de trás do carro, ao lado da urna. O Alfa Romeo, segundo ele, bateu na traseira e ergueu o veículo, que capotou. Com o acidente, o caixão foi arremessado a cerca de 150 metros de distância do automóvel.

De acordo com Camparra, também estavam no carro, além de seu pai, o filho do morto. Nenhum dos dois saiu ferido. O dono do Alfa Romeo, segundo informações do Comando Rodoviário, foi socorrido na hora e passa bem.

Fonte: Site da Folha Online

Steven Seagal vai ganhar reality show

Programa do canal A&E mostrará a rotina do astro como delegado na Louisiana
25/11/2008Marcelo Hessel

Enquanto não está filmando nenhum futuro sucesso de locadora, Steven Seagal é delegado em Jefferson Parish, no Estado da Louisiana, EUA. Essa pouco conhecida faceta do astro de ação finalmente chegará ao público - na forma de um reality show.

Steven Seagal: Lawman acompanhará o dia-a-dia do homem-da-lei, trabalho que Seagal já exerce há 20 anos. Além de suas responsabilidades em Jefferson Parish, o astro trabalha ao lado da SWAT como professor, ensinando oficiais a usar armas de fogo e técnicas de combate corpo-a-corpo.

"Acredito que é importante mostrar à nação o trabalho positivo sendo feito aqui em Louisiana - a paixão e o compromisso aqui na delegacia neste ambiente pós-Katrina", disse o modesto Seagal. Mostrar à nação, não. Mostrar ao mundo!

O canal A&E estréia o reality show nos EUA no segundo semestre de 2009.

fonte: Site Omelete


domingo, 23 de novembro de 2008

Entendendo as Razões da Crise Financeira Mundial


Vou tentar voltar à ativa.
Foi, provavelmente o ano mais conturbado e estranho que eu já tive, mas não que isso seja ruim. Também não é lá tão bom. Mas este foi um ano conturbado no mundo todo por conta da crise financeira global. E se até agora você não entendeu como a crise surgiu, dê uma olhada nesse texto que está circulando na net (eu, particularmente li no blog do Sérgio Dávila).


"O seu Biu tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça 'na caderneta' aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados.
Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobrepreço que os pinguços pagam pelo crédito).
O gerente do banco do seu Biu, um ousado administrador formado em curso de 'emibiêi', decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento tendo o pindura dos pinguços como garantia.
Uns seis 'zécutivos' de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer.
Esses adicionais instrumentos financeiros alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas do seu Biu).
Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.
Até que alguém descobre que os bebuns da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar do seu Biu vai à falência. E toda a cadeia desmorona.''

sábado, 20 de setembro de 2008

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Olá, pessoas.
Estou no litoral e só volto numa semana.
Estarei mais atuante na volta.
Beijocas e abraçocos!

sexta-feira, 14 de março de 2008

O Boquete mais caro da História




O Arnaldo Jabor resgatou ontem, no Jornal da Globo (que aliás, é um dos melhores da TV há tempos) um assunto que de tempos em tempos assombra minha cachola: como o falso moralismo norte-americano afeta suas vidas e as nossas.
O caso mais recente foi esse do governador de Nova York, pego mais ou menos com a boca na botija . Imagine algum político brasileiro renunciando por ser pego traindo a esposa. É inviável. A não ser, é claro, que haja outros fatores por trás (como os interesses escusos do Renan Calheiros). Mas é "engraçado" ver que a maior economia do mundo e auto-propagadora da liberdade de expressão e "verdade" é um atoleiro de hipocrisia.
E isso seria um problema apenas deles, se eles não fossem os donos do mundo. Mas como são, todos pagamos o pato. Senão, vejamos.
O Clinton foi um dos melhores presidentes, em praticamente todos os aspectos, da história dos EUA. A política internacional dele era um exemplo, a economia americana crescia dia após dia, a área social era, na medida do possível, bem cuidada e assim por diante. Tudo indicava que teríamos um terceiro e quarto mandato (via Al Gore). Mas aí veio a Mônica Lewinsky e seu boquete. Falso moralistas que são, os americanos tiraram a vitória esmagadora das mãos de Gore (que ganhou, mas não levou em parte por causa dos arcaicos sistemas de votação norte-americanos, que ainda votam em cédulas de papel e não têm um orgão como o TSE brasileiro. Lá ganha quem grita "ganhei" primeiro) e entregaram a um dos políticos mais estúpidos do planeta, possivelmente. Sua visão torpe e gananciosa jogou os americanos nas guerras que, há tempos, já se tornaram um "Vietnã 2 - A Missão".
Enquanto isso, além das milhares de vidas humanas perdidas, os EUA terminaram por encontrar suas economias em ruínas (ou eles achavam que uma guerra que custa trilhões de dólares sairia de graça?) e a política externa é quase um desastre completo.
Na verdade eu faço uma analogia do Bush com o Lula, que assim que entrou também colocou gente incompetente em praticamente todas as pastas importantes e só por muita sorte (e seu carisma) não levou esse país pro buraco. Só que o Lula, eu creio, não é tão mau quanto Bush e o Brasil não é os EUA.
Agora, a incompetência e ganância estão fazendo os EUA pagar um alto preço. Eles e o mundo, claro. As bolsas caem (em todo lugar), o dólar perdeu seu valor em tudo que é canto do planeta e a seriedade de seu sistema financeiro nunca foi tão questionada.
*
No primeiro pronunciamento pós-escândalo, Eliot Spitzer (o governador de NY) disse que "a política a longo prazo não é sobre indivíduos, mas sobre idéias". O que, convenhamos, faz sentido. Porém ele não agüentou a pressão e renunciou um dia depois.
Ele é a última vítima da hipocrisia norte-americana. Mas ele mesmo é um hipócrita, uma vez que ele mesmo já saiu à caça de casas de prostituição. E, do jeito que os norte-americanos são, isso pode custar de vez a candidatura de Hillary Clinton, que era apoiada por Spitzer.
Agora, é de matar pensar que se a Mônica não tivesse feito o boquete no Clinton (ou ao menos não tivessem descoberto) a História do mundo seria bem diferente. Ao invés da topeira do Bush, teríamos um presidente decente que acabou por ganhar o Nobel da Paz e um Oscar por um documentário mais do que relevante para a conscientização da humanidade em relação ao seu papel no meio-ambiente e no futuro da Terra (que já chegou, aliás).
O jeito é agüentar os próximos meses e esperar que um dos dois democratas seja eleito e tente colar os cacos do que seu país se tornou. Isso se não aparecer nenhum caso extra-conjulgal, claro.


Pra ver (ou ler) a coluna do Jabor, clique aqui!

domingo, 2 de março de 2008

Kaare Andrews: Hulk (Rockwell)



Já que eu desci a lenha no artista no texto abaixo, aqui vai a bacana capa que ele fez do Hulk, em homenagem à ilustração "Runaway" do Norman Rockwell (que aliás, é o barman na versão do Hulk).
Aqui a cópia também foi descarada, mas muito mais bem sucedida (do que Potestade/Cavaleiro das Trevas).


HQ: Homem-Aranha - Potestade


35 anos no futuro, os heróis foram expulsos de Nova York e a criminalidade e a violência estão sob um rigoroso controle. Quando o prefeito anuncia o lançamento do projeto Teia, que impedirá qualquer coisa de entrar ou sair de Nova York, garantindo para sempre a segurança de seus moradores, J.J. Jameson, aparentemente enlouquecido, vai procurar o Peter Parker com um pacote. A idéia é despertar o herói aracnídeo.

Se você é um leitor novo, que começou a ler o Aranha por causa dos filmes, é capaz que você goste desta edição. Agora... se você já leu o "Cavaleiro das Trevas", vai comparar. E vai chegar à conclusão que Potestade é bem fraquinha.
Fora uma ou outra idéia interessante, Potestade é tão mal-escrita e mal-formulada (uma cópia cara-de-pau de "Cavaleiro") que não há prazer em lê-la. Você lê apenas com o objetivo de chegar no final. Só pra dizer que leu tudo.
O artista, Karee Andrews é um capista muito interessante, mas como escritor é uma fraude. E se os desenhos não atrapalham, os cenários feitos em computação gráfica, sim. Dá a impressão de ser daquela leva de hqs que saíram em meados dos anos 1990, da Image, onde não há bom senso para o uso dos efeitos especiais. Ou será que é uma "homenagem" às cores de"Cavaleiro das Trevas 2"?
Não compre esta revista, ela não vale o papel de boa qualidade em que foi impressa.

Cotação: 1 latido

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Divagações: Ser escritor


- Pai... eu quero ser advogado...
- Legal, filho. Passa este ano fazendo cursinho e ano que vem eu te pago uma faculdade.

***
- Pai, eu quero ser médico...
- Que bacana, filho.. pode prestar o vestibular que se você passar eu pago e ainda te dou um carro.

***
- Pai, eu quero ser coveiro...
- O quê? Coveiro? Por quê?
- Na verdade é brincadeira. Quero ser escritor.
- Ahn... tem certeza que não é coveiro mesmo?

***

Só quem almeja viver da escrita sabe a complicação que é tentar explicar pra qualquer pessoa que você quer fazer isso. É que é uma profissão muito subjetiva. Se você é pedreiro, no seu dia-a-dia você constrói uma casa. Se você é médico, você atende pacientes. Se você é vendendor, você tem clientes para atender durante seu dia de trabalho. E um escritor? O que faz? Escreve? Não, escrever é só uma parte. Antes você tem que ficar lendo, vendo filmes, tv, ouvindo música, passeando.

Então, se alguém te pergunta "o que você faz?", você responde que vê filmes, ouve músicas, passeia e depois, baseado nessas experiências, você escreve.

Não, você não fala isso. Você diz que faz bicos, que ajuda o pai (não que não seja verdade, mas isso não é profissão, né?), que tem uns "projetos aí" (que também não deixa de ser verdade, mas você não especifica quais projetos são estes)... E no interior é ainda pior, parece que todos pensam que quem escreve as falas são os atores. Que elas surgem assim, no ar. Mas ninguém lembra que penava e odiava a aula de redação, achava um sacrifício escrever um parágrafo sobre o que quer que fosse.

Estou pensando nisto porque eu tinha que assistir uns desenhos animados pra um "projeto aí", mas hoje veio a faxineira em casa e eu "não pude" fazê-lo. Imagina só, que vagabundo.. além de não trabalhar, ainda passa o dia vendo tv... desenho animado!!! Esse mundo tá perdido mesmo...

E é por estas e outras que eu ou obrigado a contar mentiras.
"E o Jr? Tá trabalhando? Ah, ele é traficante, é? Bom, pelo menos ele não tá parado..."

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Natureza: Leão carinhoso

Uma senhora encontrou um leão, ainda bebê, na Colômbia.
Ele estava mal-alimentado, doente e quase morto.
Ela levou-o para sua casa e cuidou dele........
Depois foi obrigada a entregar o felino para um zoológico.
Agora vejam a reação do leão quando a vê......

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

RSS (não estou rindo)



Enquanto eu não descubro como colocar o ícone aqui, pra quem interessar, o RSS deste blog é

http://feeds.feedburner.com/CachorroVerde

e pra quem não sabe o que é RSS, clique aqui pra saber mais ou veja um video muito legal explicando direitinho (mas em inglês):

Filme: Apocalypto



Resumo: Índios de tribos selvagens vivem em paz nas matas do atual México quando são atacados por uma tribo mais evoluída (os astecas), que os querem como escravos.

Ótimo filme histórico/dramático/de aventura. Mel Gibson é realmente um diretor visionário. Quem sabe ele não será o Clint Eastwood (na direção) da próxima geração?
E pra quem se chocar com a violência que aparece, eu assisti ontem um documentário sobre os astecas e a realidade foi aquela mesmo ou pior.
Aí você pensa: "nossa, como era possível? Matar daquele jeito? Como eram ignorantes...". Só que estamos vivendo até hoje guerras sangrentas e a mesma cegueira religiosa (mas em diversos níveis e a violência é mais psicológica que física).
Além de boas atuações, boa trilha, boa fotografia e boa direção, o roteiro ainda se esquiva de saídas fáceis ou clichês. Quando eles aparecem são bem utilizados. E o final é ótimo.

Cotação: 9 Latidos

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Foto: Itanhaém, Morro do Paranambuco

Foto tirada da janela do quarto de um amigo.
Valeu, Rafa!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Filme: Beowulf



Você tem algum diretor preferido? Tem, né?
É claro que deve ter vários favoritos, mas de todos deve ter um que você nutre um "algo mais". Esse diretor, pra mim é o Robert Zemeckis.

Eu podia dizer "De volta para o Futuro" que creio que muitos entenderiam a minha escolha. Mas o filme dele que me tocou profundamente foi "Contato", que eu considero uma obra-prima.
Esse favoritismo pode sugerir que você puxe a sardinha pro seu preferido, mas a verdade não é bem essa. Você acaba aumentando seu grau de exigência e não fica satisfeito com qualquer coisa que o cara faça.

Dito isso, Beowulf é um filme muito legal, mas não é aquele Zemeckis que eu tanto gosto. Não que isso seja ruim, não é. Só é diferente. Talvez por ser em computação gráfica soe um tanto quanto impessoal. Por outro lado os filmes da Pixar também são em CG e não soam impessoais. Enfim, não sei o que é, mas apesar do elemento fantástico, normalmente presente na filmografia de Zemeckis, ele costuma agregar algo, uma simpatia talvez, o que não ocorre em Beowulf.

Mas, como falei, isso não quer dizer que seja ruim. Até porque deixar algum personagem de Beowulf simpático tiraria o poder da obra.

Baseado num antigo poema de 3 mil versos (!) e adaptado por Neil Gaiman e Roger Avery, o filme foi filmado só com atores, sem cenário, utilizando acessórios que depois ajudam na transformação da atuação real em atuação "virtual" (vocês sabem como funciona, né?). De reconhecíveis só mesmo o Anthony Hopkins e a Angelina Jolie. O Beowulf, vejam só o que é a tecnologia, é feito pelo ator cinqüentão Ray Winstone.

A história é sobre um guerreiro que vai à Dinamarca livrar um povoado de um monstro (poderia chamar de "Gollum 2", mas o Chrispin Glover (que, vejam só.. era o pai do Marty McFly no primeiro "De Volta para o Futuro") dá um show e, apesar das semelhanças, consegue criar um personagem muito interessante).

A "fotografia" e direção são muito interessantes e as cenas de ação são muito boas (quase todas envolvendo monstrengos muito bem-feitos, é de ficar babando mesmo. Ray Harryhausen ficaria orgulhoso). Na verdade, tudo se encaixa, não me lembro de nada que não tenha gostado.

Ainda temos um caminho a percorrer até a computação gráfica ficar indestingüível da realidade, mas projetos como Beowulf mostram que, independente de quanto evoluamos no realismo das imagens geradas por computador, uma história bem-contada ainda é o que realmente importa.

Cotação: 8 latidos

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Contos Pixel





A Editora Pixel vai lançar um novo título com histórias em quadrinhos voltada para fantasia. Com base nisso bolei esse nome e essa capa, de brincadeira (e inspirada na outra revista deles, a Pixel Magazine).

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Divagações: A Jaca



Acredito que todos nós, com mais e menos intensidade, nos maravilhamos de vez em quando com a natureza. Seja uma paisagem, um cachorro ou até um inseto. A gente fica observando e pensamos conosco "Rapaz!".
A intensidade destes pensamentos pode variar de pessoa para pessoa baseado ou nas características pessoais ou no ambiente que ela vive.
Enquanto escrevo este post, observo pela janela do quarto a jaqueira no quintal. E não vejo uma forma mais clara de passar o que eu sinto do que dizendo: "Rapaz!".
Acho que ter uma jaqueira em casa deixa a gente mais divagante. Qualquer árvore é uma coisa que nos faz pensar, ainda mais uma árvore frutífera (gente.. como é perfeita essa maçã, laranja, banana.. ). Mas uma jaqueira...
Você olha aquelas coisas gigantes penduradas nela e pensa "Quando cair no chão vai fazer um estrago...". E elas caem no chão e... não fazem estrago! Quer dizer.. uma ou outra se espatifa toda, mas a maioria cai e continua inteira. Como isso? Com aquele peso todo, àquela altura.. Não faz sentido...
E as que se espatifam são logo devoradas pelos insetos (e, aqui em casa, pelas cachorras também).
Aí eu penso na teoria da evolução e vejo que algumas coisas não fazem sentido. A jaca é um troço tão perfeito, tão bem-bolado que só pode ser fruto de algum ser inteligente.
E isso me faz, é claro, divagar.

Obs. Ironicamente a única fruta que eu conheço que não me apetece é a própria.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Livro / Humor : O Planeta Diário

O PLANETA DIÁRIO

Se você se assustou ou se chocou quando entrou aqui no fim-de-semana passado e leu o post abaixo, você não viu nada.

Hoje em dia, em tempos de internet, você lê tudo quanto é tipo de coisa. Nada mais choca, nem meu post (que, no máximo deve ter sido tachado de "idiota" ou "sem-sentido e sem-graça" por alguns internautas). Mas, em 1984, se você não trabalhava no Pentágono e morava no Brasil, a internet não existia e estávamos saindo de um longo período de ditadura. Um período em que se você queria manisfestar alguma idéia, tinha que ser nas entrelinhas.

De repente, de uma hora pra outra, a liberdade de expressão ressurge. O que fazer com isso? Estávamos tão acostumados a inventar subterfúgios para dizer as coisas... o que fazer agora quando era só dizer o que pensava? Ou será que não era bem assim? Será que se a gente falasse alguma coisa algum orgão do governo iria atrás da gente? O que se pode fazer, afinal? O que não se pode?

Sem as respostas para estas questões e na cara-de-pau surgiu nas bancas o jornal "O Planeta Diário" (sim, o mesmo nome do jornal do Superman). Imagine você chegar numa banca e ao lado da Folha de São Paulo, do Estadão, do Jornal da Tarde você se deparar com um jornal com manchetes como "DEPOIS DA CHINA, SARNEY IRÁ À MERDA", "MÉDICI MORRE, MAS PASSA BEM", "VIADOS QUEREM QUE NOVO PRESIDENTE ASSUMA LOGO", "MULHER DE DEPUTADO DÁ À LUZ BEBÊ COM DUAS CABEÇAS E TRÊS EMPREGOS", "CANDIDATOS EPILÉTICOS SE DEBATEM NA TV"...


Sem saber direito onde estavam pisando os (hoje) "Cassetas" Reinaldo, Hubert e o redator Claudio Paiva (hoje "Grande Família") colocaram o jornal com manchetes e matérias absurdas e esdrúxulas nas bancas e se depararam com um sucesso nas mãos.

O jornal durou de 1984 a 1992 mas em 1988 eles foram chamados pela Globo, junto com outros humoristas (como os da revista "Casseta Popular", mas esta é outra história) para escreverem um programa novo chamado "TV Pirata". Quando o TV Pirata acabou, um novo projeto chamado "Dóris para Maiores"(1991) colocou os humoristas à frente das câmeras como "repórteres", formato que eles usam até hoje no programa que sucedeu "Dóris", o "Casseta e Planeta".


Hoje em dia (na verdade há pelo menos 10 anos), com o "politicamente correto" imperando, o Casseta perdeu muito da sua graça. Dia desses li o Reinaldo falando que é complicado pois eles estão na maior emissora brasileira e falando com um público enorme e que se mantivessem a mesma linha iam acabar ofendendo muita gente. É verdade mesmo. Mas essa pasteurização fez com que os anos dourados dos integrantes do Planeta (e da "Casseta" também) ficasse mesmo na década de 80 e começo de 90.


Justamente a década retratada na ótima coletânea lançada pela editora Desiderata. Apesar de tirar aquele choque inicial de trombar com as manchetes absurdas nas bancas, o livro é uma ótima pedida para quem curte humor nonsense e politicamente incorreto. E a edição ficou bonitona, grande e com 350 páginas. Vale cada centavo. E espero que assim como eles fizeram com o Pasquim, lancem novas edições com mais coletâneas do Planeta.

Cotação: 9 latidos

O Planeta Diário, Ed. Desiderata, Por: Reinaldo, Hubert e Cláudio Paiva

Capa em brochura, Preto e branco, 22 x 30 cm, 348 páginas, R$45,00 (em média)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Feriado em São Paulo

FERIADO EM SÃO PAULO:

BANCOS FECHAM MAS CUS
ABRIRÃO NORMALMENTE

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Confira esta e outras notícias ainda neste fim-de-semana no Cachorro Verde.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Nostalgia 1



Esta foto foi tirada no dia que meu pai achou eu e meus irmãos na estrada e resolveu nos adotar (segundo ele).

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Crítica CC: Alta Fidelidade

Eu considero o site "Cinema em Cena" o melhor do Brasil em relação a notícias sobre filmes e críticas. Então vai ser meio comum eu pinçar umas coisas de lá. Como esta crítica:



Dirigido por Stephen Frears. Com: John Cusack, Jack Black, Iben Hjejle, Todd Louiso, Lisa Bonet, Catherine Zeta-Jones, Lily Taylor, Joan Cusack e Tim Robbins.

Sei que dificilmente estarei sendo original ao fazer isso, mas não consigo resistir. Assim sendo, passo a listar as cinco melhores coisas existentes em Alta Fidelidade, um filme realmente interessante e divertido de se assistir:

1) O fato de Rob Gordon (Cusack) estar sempre conversando com o espectador;
2) A cena na qual Rob imagina como deve reagir à visita de Ian (Robbins), com quem sua ex-namorada está morando;
3) A trilha sonora;
4) Qualquer cena na qual Barry (Black) e Dick (Louiso) apareçam;
5) O título.

Porém, como esta seção do Cinema em Cena se propõe a fazer análises mais detalhadas dos filmes abordados, passo a elaborar um pouco melhor os itens acima:

1) John Cusack é um ator atípico: apesar de estar sempre interpretando personagens de caráter dúbio e propensos a cometerem atos absurdamente desprezíveis (como em Os Imorais, Tiros na Broadway, Matador em Conflito, Alto Controle, Quero Ser John Malkovich, entre outros), não podemos dizer que ele se repete. Nem mesmo o fato de seus personagens estarem sempre dispostos a reconhecer suas falhas perante o espectador pode ser usado como base de comparação, já que todos os filmes citados acima são radicalmente diferentes entre si. A verdade é que só há um ponto semelhante entre todos estes indivíduos interpretados por Cusack: eles são seres humanos comuns que cometem os mesmo equívocos que qualquer um de nós poderia cometer (excetuando-se, talvez, o assassino de Matador em Conflito - e, mesmo assim, somente se o analisarmos de maneira literal).

Cusack é um desses atores (como Eric Stoltz) que não parecem estar interessados na fama; o que importa é encontrar bons papéis em filmes que possuam algum mérito artístico, alguma pretensão além de alcançar boas bilheterias. Justamente por isso, seus trabalhos costumam atingir o espectador de forma pessoal, levando-o a analisar o próprio comportamento e sua postura diante das dificuldades do dia-a-dia. Esta identificação torna-se ainda mais real em Alta Fidelidade, já que o personagem de Cusack confidencia com a platéia durante toda a narrativa - algo que o transforma em um de nossos `amigos` (principalmente porque ficamos a par de seu sofrimento e de sua angústia ao ser abandonado pela namorada). Assim, quando descobrimos suas pequenas falhas de caráter, somos levados a perdoá-lo - afinal de contas, poderíamos cometer os mesmos equívocos que ele.

2) Esta `proximidade` ressalta-se ainda mais graças a pequenos recursos utilizados pela direção fluida de Stephen Frears. Tomemos, como exemplo, a cena em que Rob recebe uma visita de Ian, atual companheiro de sua ex-namorada: ao ser confrontado pelo sujeito, ele imagina diversas `respostas` apropriadas para a situação. Além de irreverente e construtivo para a narrativa, este é meio ideal para estreitar os laços entre a platéia e o protagonista da trama - afinal de contas, quem nunca se encontrou nesta situação? Quem nunca pensou, depois de uma discussão: `Meu Deus, eu deveria ter dito isso ou aquilo!`; `Por que não o expulsei da sala?`, `Por que não fui mais irônico?`, ou algo assim?

Em certo momento, Rob afirma que `o que importa é do que gostamos, não o que somos`. Isto pode até não ser verdade, mas é assim que a maioria das pessoas age - e, ao abrir estas pequenas `janelas` para a mente do personagem, Frears permite que vejamos não apenas o que ele gosta, mas também quem ele é e o que pensa.

3) Não que o gosto musical do personagem de Cusack não seja relevante; na verdade, ele é a tradução sonora de seu caráter. Logo no começo do filme, Rob diz não saber se sua vida é miserável porque ele ouve música pop, ou se ele ouve música pop porque sua vida é miserável. Provavelmente, a solução para o problema reside em um meio-termo: afinal de contas, todos nós associamos certas canções a determinados sentimentos. Eu, por exemplo, costumo sentir certa melancolia sempre que ouço The Sound of Silence (especialmente o verso que diz que `o silêncio cresce como um câncer`). Da mesma forma, tenho absoluta certeza de que você também mantém ligações especiais com determinadas músicas. Assim como Rob, qualquer um de nós poderia organizar uma coleção de discos (ou CDs) em ordem autobiográfica. Às vezes, até canções que odiamos possuem certa relevância em nossas vidas. A verdade final? Todos temos uma trilha sonora que ilustra nossa existência.

4) É claro que Rob (e seus assistentes, Dick e Barry) tem a sorte de trabalhar justamente em uma loja de vinis (ah, que saudades daquele chiado...), o que lhe permite levar uma vida literalmente musicada. Aliás, a música é tão importante na existência destes três rapazes que chega a espelhar o próprio temperamento de cada um: Barry, o explosivo, gosta de ritmos mais agitados e letras mais apologéticas; Dick, o sentimental, aprecia melodias mais tranqüilas e versos românticos; e, por último, Rob faz jus ao seu humor oscilante e demonstra ser mais eclético em suas preferências.

5) Mas não é só o humor de Rob que oscila: seu coração também se revela bastante volúvel. Até mesmo sua dor-de-cotovelo com relação ao término de seu namoro é prova cabal disso, já que ele mesmo confessa ter se interessado por outras garotas enquanto ainda morava com Laura (Hjejle). Assim, a Alta Fidelidade do título não se refere apenas ao mundo musical de Rob, mas também representa a definição de seu comprometimento com a namorada - tornar-se fiel é um passo importante para seu crescimento.

Mesmo assim, não podemos ignorar a curiosa analogia presente no título do filme: afinal, o comportamento eternamente adolescente e imaturo do rapaz acaba se refletindo no próprio contraste entre o vinil (símbolo do passado) e o CD (o presente, o futuro). Não é à toa que a primeira atitude de Rob ao decidir dar novos rumos a sua vida é produzir um CD (renovação), mesmo que ainda utilize seus vinis (sua bagagem, seu aprendizado) na festa de lançamento do mesmo.

É uma pena que eu não possa incluir mais um item nesta lista de qualidades de Alta Fidelidade, já que isso arruinaria a brincadeira. Se eu pudesse, mencionaria justamente o hábito cultuado por Rob de fazer listas dos `Cinco Mais` sobre qualquer tema. Neste caso, eu não poderia deixar de classificar este filme como um dos cinco melhores do ano. Mas creio que já me fiz entender...

Pablo Villaça, Cinema em Cena, 19 de Novembro de 2000


Pôster: Alta Fidelidade


Alta fidelidade



Acabei de papear gostoso com a Fal no telefone e me lembrei de mais um caso de "coincidência criativa", chamemos assim.
Na primeira metade dos anos 90 eu terminei o colegial e passei 1 ano lendo e ouvindo música. Neste ano que eu não estudei e nem trabalhei (e que foi um dos melhores da minha vida, fora os motivos óbvios de não estudar nem trabalhar), eu tive uma idéia para uma série de quadrinhos de 1 página.
As histórias se passavam numa loja de discos e cds e os personagens principais eram um vendedor que só queria vender o que ele gostava e um comprador que passava raiva por isso.
Hoje a idéia soa absurda (afinal, lojas de cds existem ainda ou é apenas uma lenda urbana?), mas na época me pareceu boa. Bolei uma meia-dúzia de roteiros e rabisquei o primeiro.
Logo depois duas coisas aconteceram:
1 - comecei a estudar e trabalhar (damn it!)
2 - Saiu o filme "Alta Fidelidade", baseado no livro do inglês Nick Hornby.

O filme se passa numa loja de discos e ocorriam situações muito parecidas ou idênticas às que eu tinha bolado. Por um lado é bacana porque você pensa "Ei, a idéia é boa mesmo. Tanto que fizeram um filme assim..."
Por outro lado você pensa "Maldito filme idiota!".
Mas não porque ele é idiota (e não é mesmo, é muito legal), mas porque todos vão achar que você está copiando ele. Isso sem falar que ele já é baseado num livro.
Maldito livro idiota!.

De qualquer forma, congelei o projeto por motivos alheios à minha vontade e só voltei a fazer uma outra página vários anos depois. E nunca mais fiz nada à respeito.

Aí você me pergunta: "Mas porquê você está falando sobre isso?"

E eu te respondo: "Sei lá."

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

TV: Extras! Extras! - Vencedor de melhor comédia no Globo de Ouro de 2008


Reações sinceras de um vencedor

TV: Extras! Extras! - 1a. temporada


1: Ben Stiller (Quem vai ficar com Mary?)
2: Ross Kemp (conhecido na Inglaterra)
3: Kate Winslet (Titanic)
4: Les Dennis (conhecido na Inglaterra)
5: Samuel L. Jackson (Duro de Matar 3: A Vingança)
6: Patrick Stewart (Professor Xavier de X-men)

TV: Extras! Extras! - 2a. temporada


1: Orlando Bloom (Piratas do Caribe)
2: David Bowie (ahn.. er.. David Bowie)
3: Daniel Radcliffe (Harry Potter)
4: Chris Martin (vocalista do Coldplay)
5: Ian McKellen (Magneto e Gandalf.. rs)
6: Jonathan Ross (um cara conhecido da TV na Inglaterra)
e Robert De Niro (um ator novato aí)




TV: Extras! Extras! (parte 2)


(Ricky Gervais e Ashley Jensen. Ela é a de saia.)

O seriado é viciante porque tem uma fórmula realmente vencedora: Ótimos atores, coajuvantes famosos (veja lista à seguir), roteiros afiadíssimos e aquele humor inteligente e divertido que só os ingleses sabem fazer.
O seriado teve apenas 13 episódios. 6 deles exibidos em 2005, 6 em 2006 e um especial de natal exibido lá fora neste último final de ano. Ou seja... enquanto um seriado americano, nestes 3 anos faria por volta de 70 episódios de uma série, lá foram só estes. E não é por falta de audiência, mas porque Gervais acha que tudo perde a essência depois de um tempo. Ele já tinha feito isso antes com The Office (seriado que o transformou em estrela e mais pra frente eu falarei) e fez agora de novo. Fiel à seus princípios esse rapaz.

Fica difícil falar dos pontos altos do show. Todo episódio tem vários. E o legal é que ele não se prende à fórmulas e nem ao politicamente correto. Ele fala de nazismo, pedofilia, sexo na igreja, preconceitos com negros e deficientes e o que mais você possa imaginar. Mas tudo flui de tal maneira que chega a soar natural.

Aqui no Brasil a série passou na HBO e não existe em dvd. Aliás, passou batido aqui, parece que ninguém viu, só eu. Ou quase isso. Dia desses o Selton Mello disse numa entrevista que uma das únicas coisas que ele acompanha na tv são os trabalhos do Gervais (que basicamente se resumem a Extras e The Office). O jeito é baixar na internet mesmo (que dispõe também de legendas em português).

E esperar pra ver qual vai ser o próximo clássico que ele vai aprontar.

TV: Extras! Extras! (parte 1)


(Ricky Gervais e seu "apalermado" parceiro Stephen Merchant)

E lá estava eu zapeando em mais uma madrugada e nada de interessante. Quer dizer... eu sou do tipo chato que se algo já começou eu nem quero ver (na esperança de ver inteiro um dia, quem sabe). E sou meio radical mesmo. Se já começou, babau. Acontece que no meio de uma zapeada eu vi uma cena ligeira e dei uma risada. Falei "pronto, já ri, let´s move on". Só que logo em seguida veio outra cena engraçada. Bem, quando percebi tinha visto tudo até o final. Aí, é claro, sai fuçando na net pra descobrir o que era aquilo. O sono estaria fazendo algum efeito estranho sobre mim ou aquilo era realmente engraçado? Sorte minha que foi a segunda opção.

"Extras" é um seriado sobre um figurante de filmes e seriados chamado Andy Millman (vivido pelo excelente o ator, roteirista e diretor Ricky Gervais) . Figurantes, sabe?, aqueles que ficam andando no fundo de uma cena ou, no máximo têm apenas uma fala do tipo "Ele está armado!" ou "Telefone pra você, tenente". Só que a graça é que ele se considera um ator bom e vive tentando crescer na vida artística, mas o azar o persegue. Pra ajudá-lo (ou ajudar seu azar?), ele conta com sua amiga Maggie (a excelente Ashley Jensen , com uma cara de tonta que já é clássica e que está agora no americano "Ugly Betty") e seu agente Darren Lamb (Stephen Merchant, figuraça que divide com Gervais o roteiro e direção dos episódios).

(continua)

domingo, 13 de janeiro de 2008

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

House e Sherlock Holmes



Os coxos também dançam


House é uma reencarnação de Sherlock Holmes. O próprio criador da série não nega as influências


EU PRECISO de ajuda. Urgente. Três semanas fechado em casa, o telefone religiosamente desligado. Trabalho por fazer. Louça por lavar. Amigos que batem à porta, aguardam, desesperam e partem. E eu, com barba de profeta e cabelo de Tarzan, comendo Cheetos e fedendo como a Cheetah, de pijama e robe, e visionando todas as temporadas de "House". Terei cura? Pior: terei defesa? Sim, eu sei: não existe publicação, site ou mero blog que não diga o óbvio. House é uma reencarnação de Sherlock Holmes. O próprio criador da série, David Shore, não nega as influências e as evidências. Sherlock investigava crimes? House investiga doenças. Sherlock não precisava de recolhas empíricas, optando antes, na boa tradição idealista, por deduções científicas? House também não precisa: o doente é dispensável, a doença é tudo que interessa. Sherlock era um solitário e um celibatário? House solitário é.

Sherlock tinha pouco amigos -um único, na verdade? House tem Wilson e sua paciência de santo. Sherlock, nas horas de lazer, permitia-se a umas notas de violino? House prefere a guitarra e o piano. E se Sherlock não resistia ao ópio e à cocaína, House prefere os analgésicos para matar as dores da perna, ou da alma.

Mas isso não chega. É preciso mais. Eu preciso de mais. Porque o sucesso de Sherlock Holmes e de House também explica a época em que ambos viveram. E então recordo Londres, a capital do mundo no século 19, quando Jack, o Estripador andava à solta para a perdição das mulheres. Tirando os melhores bairros, como Belgravia ou Mayfair, Londres era um viveiro de crime e delinqüência. O sítio perfeito para o detetive perfeito. E o detetive apareceu: uma criação de Arthur Conan Doyle que depressa ganhou existência independente do criador. Ainda hoje o nº 221 B de Baker Street recebe correspondência para ele: novos casos, novas angústias, pedidos de horários e de honorários. A porta é sede de um banco, que tem departamento para responder às cartas.

Que, apesar de muitas, vão decrescendo com o tempo. Elementar, meu caro Watson: o crime foi recuando na vida cotidiana do homem ocidental. Tirando bolsas de pobreza e violência, na África ou na América Latina, é possível que um europeu ou um norte-americano atravesse a vida sem jamais conhecer um roubo, uma agressão, um homicídio. Exceto pela TV. O grande medo do século 21 para o Ocidente rico não é mais o crime, como na Inglaterra vitoriana. O grande medo é a saúde: vivemos mais, vivemos melhor; mas essa longevidade, aliada ao culto do corpo e da juventude, tornou-nos mais medrosos, atentos, hipocondríacos.

Foi assim que Sherlock Holmes deu lugar a Gregory House. E foi assim que eu, um amante de Sherlock, encontro House e vicio-me novamente. Amigos vários murmuram que a explicação para o fato não é histórica; é bem pessoal. E acrescentam que eu nunca resisti a coxos, na medida em que também sou um. Mentira. Coxo, House? Coxo, eu? Como Sherlock cem anos atrás, House relembra ao mundo que a única elegância que fica é a inteligência humana a dançar sapateado.

JOÃO PEREIRA COUTINHO
Folha de s. Paulo, 31/10/2007.

Adam Hughes 1



Adam Hughes

Bagaça


(Clique para ampliar)


Laerte

Itanhaém ao amanhecer


Veja o presente, afinal!



Na verdade tem vários, todos vindos de uma comunidade no orkut...a Descontos na Internet 2.0. Tem um bocado de er.. descontos de... ahn.. internet. Já economizei uma grana legal comprando através das dicas e links que os membros postam. São descontos e frete grátis em compras nos sites do Submarino, Americanas, Fnac, Shoptime...

Mas tem um presente real pra vocês. Lá tem uma seção de revistas gratuitas. E, por um período de tempo limitado e indeterminado (se não der certo é porque já esgotou. Mas você dá uma procurada uns dias depois que costumam aparecer novos links), você ganha 6 edições da revista Veja, sem dados bancários. E quando acabar é só procurar um link novo e fazer de novo. Faz mais de um ano que eu faço isso (mas às vezes eles não mandam e você tem que continuar tentando). E só não colocar o telefone que eles não te enchem o saco ;)



E aí, vai continuar sem atualizar o blog, hein, hein, HEIN?