sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Uma celebridade britânica prepara-se para morrer para as câmeras


Antes que a televisão lançasse a sua luz distorcida sobre ela, Jade Goody estava sem dúvida destinada a uma vida de dificuldades e obscuridade. Pessoa de fala vulgar, alcoólatra, obesa, de baixo nível educacional, endividada, filha de viciados em drogas, ela apareceu no reality show "Big Brother" em 2002 como uma espécie de símbolo de baixo status. 

Mas algo em relação a Goody, à época com 21 anos, acabou tocando uma nação inquieta em busca de maneiras de aliviar o seu tédio milenar. Ela tornou-se uma estrela genuína da mídia, uma Paris Hilton da classe trabalhadora. Os britânicos devoravam com avidez cada detalhe sobre a vida dela, por mais banal que fosse. Eles se exercitaram com o vídeo de malhação de Goody, compraram o seu perfume, leram a sua autobiografia e, quando ela fez comentários racistas sobre uma atriz indiana no programa "Celebrity Big Brother", em 2007, voltaram-se furiosos contra ela. 

Agora eles a veem morrer. 

Goody, que tem dois filhos pequenos, descobriu que sofria de câncer cervical em agosto do ano passado, em frente às câmeras, quando apareceu na versão indiana do "Big Brother". Desde então o câncer alastrou-se para o fígado, a bexiga e a virilha. Na última sexta-feira, os médicos disseram a ela que não poderiam fazer mais nada. 

E foi aí que ela contou aos telespectadores britânicos. 

"Passei toda a minha vida adulta falando exatamente sobre a minha vida", explicou ela no último domingo no programa The News of the World, um dos canais de mídia que comprou os direitos para transmitir a sua história de fim de vida. "Eu vivi em frente às câmeras. E talvez morra em frente a elas".

Isto é o reality show televisivo levado ao seu desfecho mais extremo e grotesco. Algo que não foi sequer imaginado no filme "The Truman Show" nestes anos todos. A questão do por que, exatamente, essa história atrai tanta atenção - como traçar um limite entre o doloroso e o voyeurismo , se os jornais estão explorando Goody ou se é ela que os explora - deixou a mídia em estado de total confusão, mesmo neste momento em que os veículos de comunicação fornecem detalhes sobre a deterioração física e mental de Goody. 

A mídia é motivada em parte pela culpa. Muitos jornais foram intermitentemente agressivos para com Goody, apresentando-a como símbolo de um Reino Unido vulgar, caracterizado pela gratificação instantânea. "Trata-se de uma pessoa que atingiu uma espécie de fama por ter exibido a sua estupidez incalculável na televisão", escreveu Rod Liddle na revista "The Spectator". Algumas pessoas chegaram a sugerir a princípio, como muitos sites anti-Jade na Internet, que ela não tinha de fato câncer, e que estava apenas tentando obter publicidade. 

Agora que ela está morrendo, muitos desses jornais sentem-se desconfortáveis por terem participando da interminável construção, derrubada e exploração de uma mulher com a qual eles sempre contaram para aumentar as suas vendas. 

Toda vez que Goody, atualmente com 27 anos, deixa o hospital em uma cadeira de rodas, com a cabeça envolta em um lenço, as câmeras estão lá para filmar. Elas estavam lá quando o namorado de Goody, Jack Tweed, de 21 anos - libertado recentemente da prisão após cumprir pena por agressão, e usando um transmissor eletrônico no calcanhar - pediu-a em casamento após ter ouvido o prognóstico sombrio. Elas também estavam lá quando o casal foi á loja Harrods pegar o vestido de casamento dela, e à Tiffany para pegar os anéis. 

O casamento está marcado para o próximo domingo, e a revista de celebridades "OK!" já teria pago mais de US$ 1 milhão pelos direitos de cobertura. Tweed, que teria obtido permissão da justiça para interromper a prisão domiciliar determinada pelo tribunal, de forma a poder participar da cerimônia, afirmou: "Ela estará lá naquele altar - mesmo se estiver no seu leito hospitalar". Elton John teria oferecido uma das suas casas para a lua-de-mel, se houver lua-de-mel. A história toda será filmada pelo canal a cabo que está acompanhando a luta de Goody com o câncer em um programa chamado "Jade's Progress" ("O Progresso de Jade"). 

"O país inteiro está preocupado e ansioso em relação à saúde dela", disse o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, aos repórteres na sua entrevista coletiva mensal à imprensa na última quarta-feira. 

"Estamos todos obcecados por isso - tanto os leitores dos jornais tradicionais quanto os dos tabloides estão fascinados", diz Julia Hobsbawm, diretora-executiva da firma de análise da mídia Editorial Intelligence. "Não sei quem está a explorando, mas a história atrai bastante".

Alguns argumentam que Jade, como todos a chamam, deveria resgatar um pouco da dignidade que vendeu anos atrás morrendo sozinha em casa. "Por favor, exija alguma privacidade neste momento, pelo seu bem e o dos seus filhos", escreveu no jornal "The Daily Mail" Jane Ennis, ex-editora da revista de celebridades "Now", onde Goody tinha uma coluna e em cuja capa apareceria frequentemente. Após o comentário racista polêmico no programa "Celebrity Big Brother", a revista publicou um artigo com o título, "Jade We Hate You" ("Jade, nós a detestamos").

Segundo uma outra linha de pensamento, Goody, longe de ser um peão no jogo de xadrez, obteve pela primeira vez controle sobre a situação, e está usando inteligentemente a única mercadoria que já teve - a própria vida - para garantir o futuro dos filhos. 
"Sei que muita gente não gosta do que estou fazendo, mas, neste momento, não ligo de fato para o que os outros pensam", disse ela a "The News of the World". 

Talvez ela sinta que não tem de fato outra escolha. 

"Supostamente, Goody tornou-se dessensibilizada em relação à mídia, porque, até certo ponto, ela só existe agora em frente às câmeras", afirma Hobsbawm.

O agente publicitário de Goody, Max Clifford, diz que não pretende transmitir o momento da morte da sua cliente. Ele explica que ela tem três motivos para desejar passar os seus últimos dias em público: ganhar dinheiro para deixar aos filhos; manter-se ocupada durante o horror do processo de morrer; e alertar as mulheres jovens para a necessidade de submeterem-se periodicamente a exames para a detecção de sinais iniciais de câncer cervical. 

Desde o diagnóstico de Goody, houve um aumento notável do número de mulheres britânicas que fazem tais exames, um fenômeno que os médicos estão chamando de "Efeito Jade Goody".

Sarah Lyall
Em Londres (Inglaterra)
Tradução: UOL

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Paraskavedekatriaphobia



Uma das principais versões sobre a origem da superstição pode ter tido origem no dia 13 de Outubro de 1307, uma sexta-feira. Nesse dia, a Ordem dos Templários, uma das mais poderosas da Cristandade na época, foi declarada ilegal e acusada de heresia pelo rei Filipe IV de França. Seus integrantes foram presos simultaneamente em todo o país e alguns torturados e, mais tarde, executados por heresia.

Uma segunda versão para esta crença, está na hipótese de que Jesus Cristo tenha sido crucificado numa sexta-feira treze, uma vez que a Páscoa judaica é celebrada no dia 14 do mês de Nissan, no calendário hebraico.

Reforça esta crença, o fato de que na Santa Ceia sentaram-se à mesa treze pessoas, sendo que duas delas, Jesus e Judas Iscariotes, morreram em seguida, por mortes trágicas, Jesus por execução na cruz e Judas provavelmente por suicídio.

No Judaísmo, Eva ofereceu a maçã a Adão na sexta-feira, e o dilúvio começou no mesmo dia.

Da mitologia nórdica também existem versões sobre a data: conta-se que houve um banquete e 12 deuses foram convidados. Loki, espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga que terminou com a morte de Balder, o favorito dos deuses. Daí veio a crendice de que convidar 13 pessoas para um jantar era desgraça na certa.

A segunda lenda nórdica trata da deusa da beleza, Friga (seu nome deu origem à friadgr e friday, sexta-feira em escandinavo e em inglês). Quando os cristãos converteram os nórdicos, a deusa foi endemonizada e, segundo a lenda, toda sexta-feira se reunia com 11 feiticeiras e o demônio, totalizando 13 pessoas.

Paraskavedekatriaphobia, expressão grega que deriva da reunião das palavras fobia, sexta-feira e treze, designa o medo da data, sentimento que parece diminuído nos dias de hoje. No site de relacionamentos Orkut grande parte das comunidades dedicadas à sexta-feira 13 reúne adoradores da data, ou simplesmente pessoas que se dizem felizes por terem nascido nela.

O cubano Fidel Castro nasceu numa sexta-feira 13 em agosto de 1926 e a britânica Margareth Tatcher também, em outubro de 1925. Em algumas culturas populares, ter um irmão gêmeo, tendo nascido nessa data, é considerado diabólico: esse é exatamente o caso das irmãs atrizes Mary Kate e Ashley Olsen, nascidas em junho de 1986, numa sexta-feira 13. Já o rapper Tupac Shakur foi assassinado na sexta-feira 13 de setembro 1996.

A banda de heavy metal Black Sabbath (nome de um ritual de magia negra) lançou seu primeiro álbum homônimo no dia 13 de fevereiro de 1970. Apegado à data, o ex-vocalista da banda escolheu uma sexta-feira 13 para lançar o primeiro single de seu novo trabalho, a faixa 'I Don't Want to Stop'.

Os produtores do filme 'Harry Potter e a Ordem da Fênix' também escolheram a data para seu lançamento em julho de 2007.

fonte: bemzen

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Juiz do Rio diz em sentença que mulheres do Big Brother são gostosas

Um juiz do Rio de Janeiro aproveitou a sentença em que determinou o pagamento de indenização de R$ 6.000 por defeito em um aparelho de televisão para dar sua opinião sobre as participantes do Big Brother Brasil. Segundo o juiz Claudio Ferreira Rodrigues, da Vara Cível de Campos dos Goytacazes, as mulheres que estão no programa são “gostosas”.

“Na vida moderna, não há como negar que um aparelho televisor, presente na quase totalidade dos lares, é considerado bem essencial. Sem ele, como o autor poderia assistir às gostosas do Big Brother?”, diz o magistrado na decisão.

Ainda sobrou espaço para fazer um humorístico comentário sobre futebol. Como o autor da ação, o juiz também torce para o Flamengo e aproveitou para fazer chacota com o Fluminense e o Vasco, rebaixado no ano passado para a série B do Campeonato Brasileiro. “Se o autor fosse torcedor do Fluminense ou do Vasco, não haveria a necessidade de haver televisor, já que para sofrer não se precisa de televisão”, brincou o juiz.