sexta-feira, 3 de abril de 2009

Família enterra mãe errada após troca de identidade em hospital

Duas aposentadas tiveram nomes trocados ao serem internadas.Uma delas morreu, e a outra foi parar na casa da falecida.


"Filha" descobre que "sua mãe" não é mesmo sua mãe.


Duas famílias se envolveram em um drama provocado pelo registro errado de pacientes em um hospital público em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.

As duas mulheres, identificadas como Vilma Maria Cabloco Fernandes e Maria Rita Alves dos Santos, foram internadas no pronto socorro da cidade, vítimas de derrame, e tiveram os nomes trocados. Quando uma mulher com as mesmas características das duas morreu, o hospital avisou à família da aposentada Maria Rita, que providenciou o enterro. Entretanto Maria Rita estava viva e recebeu alta, como se fosse Vilma.

Com perda de memória, Maria Rita foi para a casa dos familiares de Vilma, que desconfiaram da troca, mas a aceitaram. Quando Maria Rita melhorou e recobrou a consciência, ela não reconheceu as pessoas que a cercavam como se fossem seus parentes.

Reencontro

O reencontro das famílias foi um momento de emoção para o genro da Maria Rita, o marceneiro Marcos Henrique. Ele foi sozinho à casa de Vilma porque a mulher dele não pôde ir. Ela teve que ficar em casa cuidando do filho, nascido no dia do enterro.

Entretanto, a alegria do marceneiro contrastava com a tristeza da família de Vilma. A balconista Luciana Caboclo, que acolhera a sogra de Marcos como sua mãe, chorou muito ao saber da troca de pacientes.

Luciana quer saber se a pessoa enterrada seria mesmo sua mãe ou seria uma terceira pessoa. Ela e seus parentes contaram que vão à polícia pedir exumação do corpo e dar queixa contra o hospital.

Confusão após internação

O marceneiro Marcos Henrique disse que sua sogra foi internada no dia 22 de dezembro no Pronto Socorro Geral de São Gonçalo, depois de sofrer um derrame. Uma semana depois a família recebeu a notícia da morte. “A gente ia visitar, mas só pode ver uma vez, depois não podia mais. O hospital não deixava”, afirmou Marcos, sem entender por que não era permitido visitar sua sogra. Ele conta ainda que, ao ver o corpo no caixão, teve certeza de que não era o da sogra, mas o hospital teria garantido que era ela e, em seguida, lhe entregou o atestado de óbito.

“Quando chamaram, a gente olhou para o caixão e dissemos que não era ela, que estava diferente, mas o hospital disse que era por causa do derrame. Choramos muito, sofremos muito”, relembra o genro.

Vilma Maria é a suposta morta

Tratada no hospital todo o tempo como se fosse Vilma, Maria Rita teve alta do hospital no dia 20 de março e foi levada para a casa de Luciana Alves.

”Quando visitei, disse que não era minha mãe, mas a enfermeira brigou e disse que era e ainda falou: que vergonha, não reconhece a própria mãe! E disse que ela estava diferente por causa da doença. Ela era meio parecida e aí passei a acreditar que era a mãe mesmo”, explicou. “A gente falava para ela (para Luciana) que não era, que estava diferente, mas ela (Luciana) não queria acreditar que a mãe estava morta”, contou o marido de Luciana, Vinícius Alves. A história só foi esclarecida quando Maria Rita melhorou e percebeu que não estava em casa.

“Ela começou a dizer que não era minha mãe, que a filha dela tinha outro nome”, completou Luciana.

Prefeitura promete investigar

A produção do RJTV entrou em contato com a Secretaria de Saúde de São Gonçalo, e na quinta-feira (2), o subsecretário, Daniel da Silva, informou que, nos registros do pronto-socorro, o nome de Maria Rita consta com entrada na unidade em dezembro, e que ela teria morrido meia hora depois da internação. E o de Vilma aparece como internada em fevereiro e sem data de liberação. Nesta sexta, a Secretaria informou que abriu uma sindicância para apurar o que aconteceu, e que se for constatada negligência, os responsáveis serão punidos.

fonte: Globo.com

*********************************************************************************

Quando eu vi isso na tv não me aguentei. Apesar de ser trágico de algumas formas, o fato de uma família cuidar dela por 3 meses como se fosse o ente querido deles é de um humor non-sense de primeira. Imagino o pessoal desde o momento que ela chegou, olhando de lado e pensando "mas, puxa.. como ela está diferente..". Imagine que é a sua mãe que volta.. ou melhor.. outra pessoa que volta no lugar dela..

E a repórter da Globo teve um insight brilhante. Quando o filho reencontrou a mãe, ela perguntou: "E aí? Vai levar ela pra casa agora?"


Nenhum comentário: