quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Divagações: Ser escritor


- Pai... eu quero ser advogado...
- Legal, filho. Passa este ano fazendo cursinho e ano que vem eu te pago uma faculdade.

***
- Pai, eu quero ser médico...
- Que bacana, filho.. pode prestar o vestibular que se você passar eu pago e ainda te dou um carro.

***
- Pai, eu quero ser coveiro...
- O quê? Coveiro? Por quê?
- Na verdade é brincadeira. Quero ser escritor.
- Ahn... tem certeza que não é coveiro mesmo?

***

Só quem almeja viver da escrita sabe a complicação que é tentar explicar pra qualquer pessoa que você quer fazer isso. É que é uma profissão muito subjetiva. Se você é pedreiro, no seu dia-a-dia você constrói uma casa. Se você é médico, você atende pacientes. Se você é vendendor, você tem clientes para atender durante seu dia de trabalho. E um escritor? O que faz? Escreve? Não, escrever é só uma parte. Antes você tem que ficar lendo, vendo filmes, tv, ouvindo música, passeando.

Então, se alguém te pergunta "o que você faz?", você responde que vê filmes, ouve músicas, passeia e depois, baseado nessas experiências, você escreve.

Não, você não fala isso. Você diz que faz bicos, que ajuda o pai (não que não seja verdade, mas isso não é profissão, né?), que tem uns "projetos aí" (que também não deixa de ser verdade, mas você não especifica quais projetos são estes)... E no interior é ainda pior, parece que todos pensam que quem escreve as falas são os atores. Que elas surgem assim, no ar. Mas ninguém lembra que penava e odiava a aula de redação, achava um sacrifício escrever um parágrafo sobre o que quer que fosse.

Estou pensando nisto porque eu tinha que assistir uns desenhos animados pra um "projeto aí", mas hoje veio a faxineira em casa e eu "não pude" fazê-lo. Imagina só, que vagabundo.. além de não trabalhar, ainda passa o dia vendo tv... desenho animado!!! Esse mundo tá perdido mesmo...

E é por estas e outras que eu ou obrigado a contar mentiras.
"E o Jr? Tá trabalhando? Ah, ele é traficante, é? Bom, pelo menos ele não tá parado..."

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Natureza: Leão carinhoso

Uma senhora encontrou um leão, ainda bebê, na Colômbia.
Ele estava mal-alimentado, doente e quase morto.
Ela levou-o para sua casa e cuidou dele........
Depois foi obrigada a entregar o felino para um zoológico.
Agora vejam a reação do leão quando a vê......

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

RSS (não estou rindo)



Enquanto eu não descubro como colocar o ícone aqui, pra quem interessar, o RSS deste blog é

http://feeds.feedburner.com/CachorroVerde

e pra quem não sabe o que é RSS, clique aqui pra saber mais ou veja um video muito legal explicando direitinho (mas em inglês):

Filme: Apocalypto



Resumo: Índios de tribos selvagens vivem em paz nas matas do atual México quando são atacados por uma tribo mais evoluída (os astecas), que os querem como escravos.

Ótimo filme histórico/dramático/de aventura. Mel Gibson é realmente um diretor visionário. Quem sabe ele não será o Clint Eastwood (na direção) da próxima geração?
E pra quem se chocar com a violência que aparece, eu assisti ontem um documentário sobre os astecas e a realidade foi aquela mesmo ou pior.
Aí você pensa: "nossa, como era possível? Matar daquele jeito? Como eram ignorantes...". Só que estamos vivendo até hoje guerras sangrentas e a mesma cegueira religiosa (mas em diversos níveis e a violência é mais psicológica que física).
Além de boas atuações, boa trilha, boa fotografia e boa direção, o roteiro ainda se esquiva de saídas fáceis ou clichês. Quando eles aparecem são bem utilizados. E o final é ótimo.

Cotação: 9 Latidos

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Foto: Itanhaém, Morro do Paranambuco

Foto tirada da janela do quarto de um amigo.
Valeu, Rafa!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Filme: Beowulf



Você tem algum diretor preferido? Tem, né?
É claro que deve ter vários favoritos, mas de todos deve ter um que você nutre um "algo mais". Esse diretor, pra mim é o Robert Zemeckis.

Eu podia dizer "De volta para o Futuro" que creio que muitos entenderiam a minha escolha. Mas o filme dele que me tocou profundamente foi "Contato", que eu considero uma obra-prima.
Esse favoritismo pode sugerir que você puxe a sardinha pro seu preferido, mas a verdade não é bem essa. Você acaba aumentando seu grau de exigência e não fica satisfeito com qualquer coisa que o cara faça.

Dito isso, Beowulf é um filme muito legal, mas não é aquele Zemeckis que eu tanto gosto. Não que isso seja ruim, não é. Só é diferente. Talvez por ser em computação gráfica soe um tanto quanto impessoal. Por outro lado os filmes da Pixar também são em CG e não soam impessoais. Enfim, não sei o que é, mas apesar do elemento fantástico, normalmente presente na filmografia de Zemeckis, ele costuma agregar algo, uma simpatia talvez, o que não ocorre em Beowulf.

Mas, como falei, isso não quer dizer que seja ruim. Até porque deixar algum personagem de Beowulf simpático tiraria o poder da obra.

Baseado num antigo poema de 3 mil versos (!) e adaptado por Neil Gaiman e Roger Avery, o filme foi filmado só com atores, sem cenário, utilizando acessórios que depois ajudam na transformação da atuação real em atuação "virtual" (vocês sabem como funciona, né?). De reconhecíveis só mesmo o Anthony Hopkins e a Angelina Jolie. O Beowulf, vejam só o que é a tecnologia, é feito pelo ator cinqüentão Ray Winstone.

A história é sobre um guerreiro que vai à Dinamarca livrar um povoado de um monstro (poderia chamar de "Gollum 2", mas o Chrispin Glover (que, vejam só.. era o pai do Marty McFly no primeiro "De Volta para o Futuro") dá um show e, apesar das semelhanças, consegue criar um personagem muito interessante).

A "fotografia" e direção são muito interessantes e as cenas de ação são muito boas (quase todas envolvendo monstrengos muito bem-feitos, é de ficar babando mesmo. Ray Harryhausen ficaria orgulhoso). Na verdade, tudo se encaixa, não me lembro de nada que não tenha gostado.

Ainda temos um caminho a percorrer até a computação gráfica ficar indestingüível da realidade, mas projetos como Beowulf mostram que, independente de quanto evoluamos no realismo das imagens geradas por computador, uma história bem-contada ainda é o que realmente importa.

Cotação: 8 latidos

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Contos Pixel





A Editora Pixel vai lançar um novo título com histórias em quadrinhos voltada para fantasia. Com base nisso bolei esse nome e essa capa, de brincadeira (e inspirada na outra revista deles, a Pixel Magazine).

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Divagações: A Jaca



Acredito que todos nós, com mais e menos intensidade, nos maravilhamos de vez em quando com a natureza. Seja uma paisagem, um cachorro ou até um inseto. A gente fica observando e pensamos conosco "Rapaz!".
A intensidade destes pensamentos pode variar de pessoa para pessoa baseado ou nas características pessoais ou no ambiente que ela vive.
Enquanto escrevo este post, observo pela janela do quarto a jaqueira no quintal. E não vejo uma forma mais clara de passar o que eu sinto do que dizendo: "Rapaz!".
Acho que ter uma jaqueira em casa deixa a gente mais divagante. Qualquer árvore é uma coisa que nos faz pensar, ainda mais uma árvore frutífera (gente.. como é perfeita essa maçã, laranja, banana.. ). Mas uma jaqueira...
Você olha aquelas coisas gigantes penduradas nela e pensa "Quando cair no chão vai fazer um estrago...". E elas caem no chão e... não fazem estrago! Quer dizer.. uma ou outra se espatifa toda, mas a maioria cai e continua inteira. Como isso? Com aquele peso todo, àquela altura.. Não faz sentido...
E as que se espatifam são logo devoradas pelos insetos (e, aqui em casa, pelas cachorras também).
Aí eu penso na teoria da evolução e vejo que algumas coisas não fazem sentido. A jaca é um troço tão perfeito, tão bem-bolado que só pode ser fruto de algum ser inteligente.
E isso me faz, é claro, divagar.

Obs. Ironicamente a única fruta que eu conheço que não me apetece é a própria.