quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Filme: Beowulf



Você tem algum diretor preferido? Tem, né?
É claro que deve ter vários favoritos, mas de todos deve ter um que você nutre um "algo mais". Esse diretor, pra mim é o Robert Zemeckis.

Eu podia dizer "De volta para o Futuro" que creio que muitos entenderiam a minha escolha. Mas o filme dele que me tocou profundamente foi "Contato", que eu considero uma obra-prima.
Esse favoritismo pode sugerir que você puxe a sardinha pro seu preferido, mas a verdade não é bem essa. Você acaba aumentando seu grau de exigência e não fica satisfeito com qualquer coisa que o cara faça.

Dito isso, Beowulf é um filme muito legal, mas não é aquele Zemeckis que eu tanto gosto. Não que isso seja ruim, não é. Só é diferente. Talvez por ser em computação gráfica soe um tanto quanto impessoal. Por outro lado os filmes da Pixar também são em CG e não soam impessoais. Enfim, não sei o que é, mas apesar do elemento fantástico, normalmente presente na filmografia de Zemeckis, ele costuma agregar algo, uma simpatia talvez, o que não ocorre em Beowulf.

Mas, como falei, isso não quer dizer que seja ruim. Até porque deixar algum personagem de Beowulf simpático tiraria o poder da obra.

Baseado num antigo poema de 3 mil versos (!) e adaptado por Neil Gaiman e Roger Avery, o filme foi filmado só com atores, sem cenário, utilizando acessórios que depois ajudam na transformação da atuação real em atuação "virtual" (vocês sabem como funciona, né?). De reconhecíveis só mesmo o Anthony Hopkins e a Angelina Jolie. O Beowulf, vejam só o que é a tecnologia, é feito pelo ator cinqüentão Ray Winstone.

A história é sobre um guerreiro que vai à Dinamarca livrar um povoado de um monstro (poderia chamar de "Gollum 2", mas o Chrispin Glover (que, vejam só.. era o pai do Marty McFly no primeiro "De Volta para o Futuro") dá um show e, apesar das semelhanças, consegue criar um personagem muito interessante).

A "fotografia" e direção são muito interessantes e as cenas de ação são muito boas (quase todas envolvendo monstrengos muito bem-feitos, é de ficar babando mesmo. Ray Harryhausen ficaria orgulhoso). Na verdade, tudo se encaixa, não me lembro de nada que não tenha gostado.

Ainda temos um caminho a percorrer até a computação gráfica ficar indestingüível da realidade, mas projetos como Beowulf mostram que, independente de quanto evoluamos no realismo das imagens geradas por computador, uma história bem-contada ainda é o que realmente importa.

Cotação: 8 latidos

3 comentários:

massafera disse...

concordo com o seu review da obra, tirou as palavras da minha boca, muito bom ;)

Celso disse...

Valeu, hombre!!!

Sayd Mansur disse...

3 mil versos... sim. e mais de mil Anos! nao?!